Olá,
No programa Mais Saúde de hoje pela Rede Canção Nova de Rádio, das 12h00 às 13h00 vamos conversar e também tirar todas as suas dúvidas sobre depressão.
E pra falar conosco sobre esse assunto, receberemos em nossos estúdios, o dr. Roque Savioli, cardioliogista que em seus livros aborda bastante a respeito desse problema que afeta milhões de pessoas pelo Brasil e o mundo.
Depressão: Quais as causas e sintomas? Existe cura? Como conviver com ela? O que fazer pra melhorar os sintomas? Qual o melhor momento para procurar ajuda?
Não perca o programa e por favor, ajude-nos a divulgar. Faça o bem chegar muito além.
Para ouvir online de qualquer parte do Brasil e do mundo clique aqui .
Quem mora em São Paulo pode ouvir através da Rádio América AM 1410.
Saiba um pouco mais sobre a depressão! E lembre-se que em poucos dias o programa com o dr. Roque estará disponível na íntegra aqui no blog pra você!
Depressão:
Depressão é uma palavra freqüentemente usada para descrever nossos sentimentos.
Todos se sentem "para baixo" de vez em quando, ou de alto astral às
vezes e tais sentimentos são normais. A depressão, enquanto evento psiquiátrico
é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige
tratamento. Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao
incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se
divertir para superar os sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma
fazem mais mal do que bem, são incompreensivos e talvez até egoístas. O amigo
que realmente quer ajudar procura ouvir quem se sente deprimido e no máximo
aconselhar ou procurar um profissional quando percebe que o amigo deprimido não
está só triste.
Uma boa comparação que podemos fazer para esclarecer as diferenças conceituais entre a depressão psiquiátrica e a depressão normal seria comparar com a diferença que há entre clima e tempo. O clima de uma região ordena como ela prossegue ao longo do ano por anos a fio. O tempo é a pequena variação que ocorre para o clima da região em questão. O clima tropical exclui incidência de neve. O clima polar exclui dias propícios a banho de sol. Nos climas tropical e polar haverá dias mais quentes, mais frios, mais calmos ou com tempestades, mas tudo dentro de uma determinada faixa de variação. O clima é o estado de humor e o tempo as variações que existem dentro dessa faixa. O paciente deprimido terá dias melhores ou piores assim como o não deprimido. Ambos terão suas tormentas e dias ensolarados, mas as tormentas de um, não se comparam às tormentas do outro, nem os dias de sol de um, se comparam com os dias de sol do outro. Existem semelhanças, mas a manifestação final é muito diferente. Uma pessoa no clima tropical ao ver uma foto de um dia de sol no pólo sul tem a impressão de que estava quente e que até se poderia tirar a roupa para se bronzear.
Este
tipo de engano é o mesmo que uma pessoa comete ao comparar as suas fases de
baixo astral com a depressão psiquiátrica de um amigo. Ninguém sabe o que um
deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o
psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com
que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.
Como é?
Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de tristeza, passando pelos pensamentos negativos até as alterações da sensação corporal como dores e enjôos. Contudo para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais:
Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de tristeza, passando pelos pensamentos negativos até as alterações da sensação corporal como dores e enjôos. Contudo para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais:
- Perda de energia ou interesse
- Humor deprimido
- Dificuldade de concentração
- Alterações do apetite e do sono
- Lentificação das atividades físicas e mentais
- Sentimento de pesar ou fracasso
Os
sintomas corporais mais comuns são sensação de desconforto no batimento
cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. Períodos de
melhoria e piora são comuns, o que cria a falsa impressão de que se está
melhorando sozinho quando durante alguns dias o paciente sente-se bem.
Geralmente tudo se passa gradualmente, não necessariamente com todos os
sintomas simultâneos, aliás, é difícil ver todos os sintomas juntos. Até que se
faça o diagnóstico praticamente todas as pessoas possuem explicações para o que
está acontecendo com elas, julgando sempre ser um problema passageiro.
- Pessimismo
- Dificuldade de tomar decisões
- Dificuldade para começar a fazer suas tarefas
- Irritabilidade ou impaciência
- Inquietação
- Achar que não vale a pena viver; desejo de morrer
- Chorar à-toa
- Dificuldade para chorar
- Sensação de que nunca vai melhorar, desesperança...
- Dificuldade de terminar as coisas que começou
- Sentimento de pena de si mesmo
- Persistência de pensamentos negativos
- Queixas freqüentes
- Sentimentos de culpa injustificáveis
- Boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite, insônia, perda do desejo sexual
Diferentes
tipo de depressão
Basicamente existem as depressões monopolares (este não é um termo usado oficialmente) e a depressão bipolar (este termo é oficial). O transtorno afetivo bipolar se caracteriza pela alternância de fases deprimidas com maníacas, de exaltação, alegria ou irritação do humor. A depressão monopolar só tem fases depressivas.
Basicamente existem as depressões monopolares (este não é um termo usado oficialmente) e a depressão bipolar (este termo é oficial). O transtorno afetivo bipolar se caracteriza pela alternância de fases deprimidas com maníacas, de exaltação, alegria ou irritação do humor. A depressão monopolar só tem fases depressivas.
Depressão
e doenças cardíacas
Os sintomas depressivos apesar de muito comuns são pouco detectados nos pacientes de atendimento em outras especialidades, o que permite o desenvolvimento e prolongamento desse problema comprometendo a qualidade de vida do indivíduo e sua recuperação. Anteriormente estudos associaram o fumo, a vida sedentária, obesidade, ao maior risco de doença cardíaca. Agora, pelas mesmas técnicas, associa-se sintoma depressivo com maior risco de desenvolver doenças cardíacas. A doença cardíaca mais envolvida com os sintomas depressivos é o infarto do miocárdio. Também não se pode concluir apressadamente que depressão provoca infarto, não é assim. Nem todo obeso, fumante ou sedentário enfarta. Essas pessoas enfartam mais que as pessoas fora desse grupo, mas a incidência não é de 100%. Da mesma forma, a depressão aumenta o risco de infarto, mas numa parte dos pacientes. Está sendo investigado.
Os sintomas depressivos apesar de muito comuns são pouco detectados nos pacientes de atendimento em outras especialidades, o que permite o desenvolvimento e prolongamento desse problema comprometendo a qualidade de vida do indivíduo e sua recuperação. Anteriormente estudos associaram o fumo, a vida sedentária, obesidade, ao maior risco de doença cardíaca. Agora, pelas mesmas técnicas, associa-se sintoma depressivo com maior risco de desenvolver doenças cardíacas. A doença cardíaca mais envolvida com os sintomas depressivos é o infarto do miocárdio. Também não se pode concluir apressadamente que depressão provoca infarto, não é assim. Nem todo obeso, fumante ou sedentário enfarta. Essas pessoas enfartam mais que as pessoas fora desse grupo, mas a incidência não é de 100%. Da mesma forma, a depressão aumenta o risco de infarto, mas numa parte dos pacientes. Está sendo investigado.
Depressão
no paciente com câncer
A depressão costuma atingir 15 a 25% dos pacientes com câncer. As pessoas e os familiares que encaram um diagnóstico de câncer experimentarão uma variedade de emoções, estresses e aborrecimentos. O medo da morte, a interrupção dos planos de vida, perda da auto-estima e mudanças da imagem corporal, mudanças no estilo social e financeiro são questões fortes o bastante para justificarem desânimo e tristeza. O limite a partir de qual se deve usar antidepressivos não é claro, dependerá da experiência de cada psiquiatra. A princípio sempre que o paciente apresente um conjunto de sintomas depressivos semelhante ao conjunto de sintomas que os pacientes deprimidos sem câncer apresentam, deverá ser o ponto a partir do qual se deve entrar com medicações.
A depressão costuma atingir 15 a 25% dos pacientes com câncer. As pessoas e os familiares que encaram um diagnóstico de câncer experimentarão uma variedade de emoções, estresses e aborrecimentos. O medo da morte, a interrupção dos planos de vida, perda da auto-estima e mudanças da imagem corporal, mudanças no estilo social e financeiro são questões fortes o bastante para justificarem desânimo e tristeza. O limite a partir de qual se deve usar antidepressivos não é claro, dependerá da experiência de cada psiquiatra. A princípio sempre que o paciente apresente um conjunto de sintomas depressivos semelhante ao conjunto de sintomas que os pacientes deprimidos sem câncer apresentam, deverá ser o ponto a partir do qual se deve entrar com medicações.
Existem alguns mitos sobre o câncer e as pessoas que padecem dele, tais
como"os portadores de câncer são deprimidos". A depressão em quem tem
câncer é normal, o tratamento da depressão no paciente com câncer é ineficaz. A
tristeza e o pesar são sentimentos normais para uma pessoa que teve
conhecimento da doença. Questões como a resposta ao tratamento, o tempo de
sobrevida e o índice de cura entre pacientes com câncer com ou sem depressão
estão sendo mais enfocadas do que a investigação das melhores técnicas para
tratamento da depressão.
Normalmente a pessoa que fica sabendo que está com câncer torna-se durante um
curto espaço de tempo descrente, desesperada ou nega a doença. Esta é uma
resposta normal no espectro de emoções dessa fase, o que não significa que
sejam emoções insuperáveis. No decorrer do tempo o humor depressivo toma o
lugar das emoções iniciais. Agora o paciente pode ter dificuldade para dormir e
perda de apetite. Nessa fase o paciente fica ansioso, não consegue parar de
pensar no seu novo problema e teme pelo futuro. As estatísticas mostram que
aproximadamente metade das pessoas conseguirá se adaptar a essa situação tão
adversa. Com isso estas pessoas aceitam o tratamento e o novo estilo de vida
imposto não fica tão pesado.
A
identificação da depressão
Para afirmarmos que o paciente está deprimido temos que afirmar que ele sente-se triste a maior parte do dia quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas atividades que apreciava, não consegue ficar parado e pelo contrário movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para que possamos dizer que o paciente está deprimido.
Para afirmarmos que o paciente está deprimido temos que afirmar que ele sente-se triste a maior parte do dia quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas atividades que apreciava, não consegue ficar parado e pelo contrário movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para que possamos dizer que o paciente está deprimido.
Causa da
Depressão
A causa exata da depressão permanece desconhecida. A explicação mais provavelmente correta é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Esta afirmação baseia-se na comprovada eficácia dos antidepressivos. O fato de ser um desequilíbrio bioquímico não exclui tratamentos não farmacológicos. O uso continuado da palavra pode levar a pessoa a obter uma compensação bioquímica. Apesar disso nunca ter sido provado, o contrário também nunca foi.
A causa exata da depressão permanece desconhecida. A explicação mais provavelmente correta é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Esta afirmação baseia-se na comprovada eficácia dos antidepressivos. O fato de ser um desequilíbrio bioquímico não exclui tratamentos não farmacológicos. O uso continuado da palavra pode levar a pessoa a obter uma compensação bioquímica. Apesar disso nunca ter sido provado, o contrário também nunca foi.
Eventos desencadeantes são muito estudados e de fato encontra-se relação entre
certos acontecimentos estressantes na vida das pessoas e o início de um
episódio depressivo. Contudo tais eventos não podem ser responsabilizados pela
manutenção da depressão. Na prática a maioria das pessoas que sofre um revés se
recupera com o tempo. Se os reveses da vida causassem depressão todas as
pessoas a eles submetidos estariam deprimidas e não é isto o que se observa. Os
eventos estressantes provavelmente disparam a depressão nas pessoas predispostas,
vulneráveis.
Exemplos de eventos estressantes são perda de pessoa querida,
perda de emprego, mudança de habitação contra vontade, doença grave, pequenas
contrariedades não são consideradas como eventos fortes o suficiente para
desencadear depressão. O que torna as pessoas vulneráveis ainda é objeto de
estudos. A influência genética como em toda medicina é muito estudada.
Trabalhos recentes mostram que mais do que a influência genética, o ambiente
durante a infância pode predispor mais as pessoas. O fator genético é
fundamental uma vez que os gêmeos idênticos ficam mais deprimidos do que os
gêmeos não idênticos.
Ref. Bibliograf: Liv 01 Liv 19 Liv 03 Liv 17 Liv 13 Eur. Psychiatry 2001; 16: 327-335
Relapse and Recurrence Prevention in Major Depression
JG storesum
J Psychiatry Res. 2000; 48: 493-500
Severe Depression is Associated with Markedly Reduced Heart Rate?
Phillis K Stein Psychiatry Research 2001; 104: 175-181
Symptoms of Atypical Depression
Michael Posternak
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